Fábrica de Ideias

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quinta-feira, maio 25, 2006

Crise em Timor-Leste


Os últimos acontecimentos em Timor-Leste traduzem-se no fundo, numa falta de unidade e identidade nacional, situação cuja responsabilidade recai sobre o poder presidencial timorense, neste caso em Xanana Gusmão. Todavia não nos podemos esquecer da história da ilha de Timor, a qual dividida por tribos e etnias, já vivia em séculos passados problemas da mesma magnitude e natureza. A origem das guerras tribais baseia-se no facto de não existir uma noção de identidade, de união e cooperação entre povos, na qual a rivalidade acaba por prevalecer.
A antiga guerrilha contra a ocupação indonésia apoiava-se no recrutamento de indivíduos das tribos da região oriental e das montanhas de Timor-Leste, o facto de a nova estrutura política fazer prevalecer poderes para certas e determinadas facções timorenses em detrimento de outras foi o rastilho que despoletou esta crise interna, aliado ainda a uma falta de remuneração a membros das forças de segurança e outros problemas mundanos que apesar de não serem a base desta crise acabaram por intensifica-la.
O envio de militares portugueses para Timor, no fundo representa a nossa obrigação como antigo país colonizador, mas acima de tudo como o maior defensor a nível internacional da independência de Timor-Leste. O fruto de duas décadas, quase três, de trabalho nas Nações Unidas pode ser destruído por uma possível guerra civil em Timor, não nos podemos esquecer das razões pelas quais a Indonésia invadiu Timor nos anos 70. O abandono de Timor por parte das autoridades portuguesas deveu-se a um escalar da violência e o início de uma guerra civil, na altura com a existência de facções movidas por doutrinas comunistas.
Para concluir, acho que o governo tomou a melhor atitude possível nesta situação, foi ponderada e adequada, a única coisa que peço é uma atenção redobrada para os outros problemas no nosso território nacional, os quais deveriam ser a nossa prioridade, finalizando com o exemplo da Lei de Reprodução Medicamente Assistida, que foi aprovada hoje no Parlamento e da qual não formei uma opinião por escassez de informação e de debate público.